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SEMINTENDES

Lendo, vê Semintendes...

Lendo, vê Semintendes...

SEMINTENDES

26
Jan06

EM MEMÓRIA DE MIKOS FEHÉR (25 de Janeiro 2004)

lamire
Milhões de portugueses relembram com uma profunda dor aquele momento fatídico que ocorreu fez agora dois anos no estádio de Guimarães.
Pelas 21.30 desse dia 25 de Janeiro de 2004, já no período de descontos do jogo Vitória de Guimarães-Benfica, o jogador Miklos Fehér vê o cartão amarelo e sorri, perante aquela decisão do juiz.
Muitos de nós talvez tenhamos pensado que o jogador, com aquele seu ar sempre bem disposto, se ria ironicamente da decisão do juiz.
Mas infelizmente foi o mais puro e duro engano! Nos segundos seguintes um país inteiro viu o número 29 do Benfica apoiar as mãos nos joelhos e cair desamparado no chão.
Os jogadores encarnados, totalmente solidários, correram imediatamente em direcção ao colega.
Rapidamente o desespero espelhado nos seus rostos nos mostrou que se tratava de uma situação grave.
Foi por isso que um dos atletas do Benfica colocou Fehér de lado e todos os outros começaram a colocar as mãos na cabeça e a chorar convulsivamente, como crianças aterradas.
Foi um cenário que impressionava e que ainda agora, quando o recordamos, nos choca e nos comove.
Recordamos ainda hoje todas as tentativas feitas pelas equipas médicas para salvar o atleta.
Mas o coração de Miklos Fehér parou aos 24 anos em pleno relvado do Estádio D. Afonso Henriques, interrompendo uma carreira que ainda teria muito para dar e para contar.
Na sequência desta trágica morte, Portugal inteiro mostrou a sua dor e a sua solidariedade para com a família do jogador e para com a família benfiquista.
Dois anos passaram. Mas Mikos continua vivo na nossa memória
......
J Vieira (26-01-2006 - 08:27:47 PM)
26
Jan06

A PERSEGUIÇÃO DOS NÚMEROS

lamire
João saiu de casa, em Alcácer do Sal, pelas 07:00 da manhã, a dizer à esposa que ia a Setúbal tratar de assuntos diversos e que, se as coisas corressem como pensava, talvez fosse obrigado a ir a Almeirim e que, se uma reunião em que talvez devesse participar acabasse tarde, dormiria por lá e regressaria apenas no dia seguinte.
Como acautelara, João regressou no dia seguinte apenas, não sem que no dia anterior à noite tivesse telefonado à esposa do próprio restaurante onde jantou, por não ter bateria no telemóvel, falando-lhe numa sopa da pedra melhor do que nunca.
Quando chegou, João achou a mulher pouco faladora para o hábito e, pela primeira vez, ficou surpreendido quando ela lhe perguntou onde é que jantara no dia anterior; se tinha sido mesmo no Toucinho, como ele dissera.
Cerca de um mês depois a esposa do João, com ar severo, disse-lhe que tinham de falar sobre coisas muito sérias. «Divórcio?» - perguntou ele a brincar. «Quem sabe!...» - retorquiu ela para lhe dizer logo a seguir:
- Tu já não me enganas como antigamente; fica sabendo que eu sei que naquele dia em que dizes ter ido a Setúbal e Almeirim, passaste na Ponte Vasco da Gama às 8:00 horas, dirigiste-te a Torres Vedras, onde tomaste o pequeno almoço; meteste gasolina em Leiria; almoçaste no «Teimoso» no Cabo Mondego, ali para os lados da Figueira da Foz, jantaste e dormiste no Ibis em Viseu num quarto de casal, de onde me telefonaste; depois de teres levantado uns vinte contos em Mortágua à tardinha.
«Não podia negar; era verdade. Mas como soube ela isso tudo? Mandara algum detective persegui-lo?» - pensava ele a ouvi-la e a procurar uma qualquer desculpa.
Pois não.
Uma olhadela algum tempo depois aos extractos da Via-Verde, do Cartão Visa, do Cartão Multibanco, nem era preciso mais; e normal curiosidade perante o visor do seu telefone no dia em que recebeu a chamada supostamente de um restaurante de Almeirim.
Pior foi que nessa mesma viagem comprara um qualquer objecto, caro, nem vale a pena dizer o quê, numa ourivesaria de Montemor, para não sei quem, talvez a justificar o tal quarto duplo da noite seguinte, pagara com cheque e – mas que grande azar! - esquecera-se de que era preciso que o mesmo tivesse provisão, e, afinaçl, não tinha, tendo sido com grande espanto que viu penhorado mais tarde um andarzito que tem na Manta Rota, em execução movida pelo ourives.
Até a multa que apanhou na Marinha das Ondas por excesso de velocidade haveria de vir parar-lhe a casa.
Acabou a desgraça?
Não acabou, mas ele recusa-se a falar mais; nem quer lembrar-se... Só diz que odeia cartões e números de identificação, para o futuro paga tudo a dinheiro e, nas portagens, fica na fila como os outros.
Contou-me tudo isto após um ataque de fúria quando para ser atendido na Segurança Social alguém o chamou dizendo «número setenta e oito; mesa cinco» e ele disse «irra, é demais!»...
.....
arnaldo ms (26-01-2006 - 09:25:26 PM)
26
Jan06

A nova gramática dos segundos... e do primeiro!

lamire
No tempo em que americanos e russos queriam ser senhores do mundo (parece que os primeiros ainda não se curaram dessa tara) houve uma corrida em que participaram apenas dois atletas, um da terra do Tio Sam, outro do universo dos sovietes. À vista do (inesperado?) desfecho, os media ka-pagebianos eram unânimes: a guarda avançada do proletariado ficara orgulhosamente à frente do detestado e raquítico representante do imperialismo capitalista. Só que tinha ficado... depois do primeiro!
Que querem? Lembrei-me desta estória quando vi, durante tanto tempo, alguns que, no domingo passado acabaram por ficar "depois do primeiro", andarem a dizer que a vitória, para eles, seria passarem à segunda volta. E um pobre cidadão até pergunta: Se a primeira volta não conta por que não arranjam eleições só com a segunda volta?
Assim se não dava nenhum golpe de estado constitucional. Mas, por falar de golpe de estado, que vai fazer aquele ministro de Sócrates que disse ser isso mesmo que significaria a vitória de quem (parece) ele não quereria que vencesse? Vai esse ministro demi¬tir-se? Vai aceitar ser reconduzido por quem acusou de golpista? Esta é uma das curiosidades que ficam destas eleições. Mas há mais...

Num país que precisa de "nova gramática política" (disse Barbosa de Melo), que verbos vão ser conjugados, no presente e no futuro, que adjectivos vão qualificar os adversários, caracterizar a situação que se vive, identificar as mais que muitas preocupações da maioria dos portugueses? Que substantiva realidade lhes vai ser proporcionada, que conjunções vão ser estabelecidas? Ou ficaremos somente pêlos advérbis de "mente" e pelas interjeições de muitos sentimentos? Ou ganharão as pré-posições em vez dos artigos definidos?
Mas uma outra vantagem resultou deste combate. Muitos foram insistindo que, hoje em dia, não se vê o que possa separar a direita da esquerda, ou ao contrário. Nem os opositores conseguiram esclarecer essas "contrariedades". Mas um dos candidatos (pelo menos) foi fértil em falar da "alma da esquerda". Afinal nada de coisas sinistras. Até pode ser que essa alma venha animar outras almas...
Quando Cavaco Silva era primeiro-ministro andava-se, na Mealhada, às voltas com a construção da igreja paroquial e, sobretudo, à procura dos muitos escudos que eram necessários. No decorrer duma reunião (todos viviam a angústia da situação e não se vislumbravam saídas) alguém comentou: "A nossa sorte foi termos este governo pois, caso contrário (disse doutro " modo, mais frontalmente...), nunca teríamos obtido a comparticipação estatal". Foi o bom e o bonito. E suponho que as sequelas não desapareceram, pelo menos rapidamente. Valeria esta outra estória para reparar nas razões que terão agora levado à vitória o homem de quem "a maioria dos jornalistas não gosta", segundo conhecido apoiante doutra candidatura.
A este propósito lembro que mão amiga me fez chegar o texto onde o (antigo!) revolucionário Régis Debray (hoje leitor atento do diário La Croix!) afirma desalmadamente que "os políticos são os criados domésticos dos jornalistas"! E por aí adiante... Afinal, as voltas que o mundo dá! Há vinte anos Mário Soares foi eleito por vontade de cento e cinquenta mil portugueses... agora Cavaco Silva também não poderá orgulhar-se de muito mais... e Mário Soares estará a pensar "para que me meti eu nisto?"...
Que conselhos estarão entretanto a sugerir os seus ideólogos ao próximo habitante de Belém de Lisboa? Certamente que comece já a preparar a eleição daqui a cinco anos, que isto não é nenhuma monarquia, que ajude José Sócrates a não cair (ou a saber cair), que no almoço da tomada de posse tenha mais convidados que os três mil de há vinte anos, que não se feche em Belém mas que não gaste quatrocentos contos para ir ver um jogo de futebol em Aveiro, ou em Boliqueime, que não suba coqueiros e respeite as tartarugas, que não se esqueça dos amigos que o apoiaram (alguns sempre necessitarão de aigum apoio), que não deixe a justiça onde está (todos os grandes concordam que está mal na fotografia e os pequenos, coitados, sofrem as consequências), que arranje uma vassoura anticorrupção, que seja paladino do sadio optimismo lusitano, que seja mesmo presidente para todos os portugueses mesmo para aqueles que não o querem.
E que não faça Portugal crescer muito mais. E que com o aumento dos combustíveis é cada vez mais problemático cumprir grandes distâncias. E mudar cenários. Como aconteceu na noite eleitoral. Pelo menos em dois lados. E não esquecer que "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". Que secreta razão terá levado um dos segundos a considerar este um dos "poemas da sua vida"? Se calhar nem reparou que também lhe podia acontecer.
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Abílio Duarte Simões
In:Correio de Coimbra, 26jan06
24
Jan06

Agora e depois

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PODIA TER MANDADO ESTE TEXTO PARA A NOSSA PÁGINA, ANTES DAS ELEIÇÕES. MAS NÃO O FIZ POIS ALGUNS PODERIAM ACHAR UM ABUSO. AGORA QUE as eleições JÁ PASSARAM, NÃO HESITO EM PARTILHÁ-LO CONVOSCO. Estão aqui bem claras as minhas razões para apoiar este candidato.
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Agora e depois
Intervenção no jantar de encerramento da campanha eleitoral para a Presidência da República
Lisboa, 20 de Janeiro de 2006, FEITA PELO MANDATÁRIO NACIONAL , José Manuel Pureza.
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Meu caro Francisco Louçã,
Agora começa o tempo da espera, um tempo estranho e pesado, em que tudo fica irritantemente em suspenso. Mas é precisamente agora que faz sentido dizer-te o que te quero dizer.
Fizeste uma grande campanha eleitoral.
Sabias, sabíamos, que as condições desta batalha política eram muito difíceis. Que a descrença de sucessivas crenças atraiçoadas é enorme e funda. Que a mágoa se mistura cada vez mais com abatimento e que o convite à desistência é muito sedutor. Sabias, sabíamos, dos ventos adversos.
A tua resposta foi uma campanha que fica a marcar a qualidade da política em Portugal.
Na minha primeira intervenção como teu mandatário, disse convictamente que o teu desempenho cívico tem sido um contributo de primeira grandeza para a renovação da política como materialização dos impossíveis, numa democracia normalizada que estagnou no mandamento realista de não sonhar. Agora é o momento certo para te dizer que o percurso desta campanha só aprofundou essa minha convicção.
Chamaste democracia responsável à combinação virtuosa do sonho com o rigor. E em cada intervenção, em cada debate, em cada conversa com as pessoas, assinalaste os caminhos apetecíveis desse dueto: sonho e rigor. Soubeste sempre ser totalmente fiel à mais nobre das convicções da Esquerda – a de que é pelo sonho que vamos – mas insististe (mesmo quando era tentador o encantamento das vozes da preguiça) em que esse sonho, essa coisa que é linda, se faz da verdade toda, traduzida em números e relatórios e sobretudo em propostas para concretizar agora. “Meia verdade – escreveu Sophia – é como habitar meio quarto, ganhar meio salário, como só ter direito a metade da vida”.
Disseram da tua – da nossa – campanha que ela era temática, centrada nos problemas concretos. Alguns sugeriram mesmo que eram questões de governo e não da presidência. Eu acho que foi outra coisa. Foi uma batalha incessante pela verdade toda.
Foi aí que derrotaste clamorosamente Cavaco Silva. Não é difícil bater um homem sem sonhos nem utopias. Difícil, cada vez mais difícil, é desmontar o mito da cientificidade e da tecnicidade da utopia negativa da Direita. Num tempo em que tantos, à Esquerda, capitulam diante dessas dificuldades, era fundamental um discurso que mostrasse que o rigor não é monopólio de quem o casa com injustiça. E que ser rigoroso não é o mesmo que ser realista, sobretudo quando isso significa resignar-se ao que está. Esse foi o teu discurso, o discurso da verdade toda, da insatisfação permanente, com raízes naquilo a que o poeta chamou o “antigo desejo de nunca ser feliz” (Raul de Carvalho).
Em muitos lados, esta nova exigência causou desconforto. Sempre que a exigência sobe, os preguiçosos estrebucham. Foi por isso, e só por isso, que te vieram chamar de moralista. Eles não se dão conta de que, assim, confessam a sua lassidão diante da imoralidade estrutural que é o país. Eles não percebem que, ao chamar-te “Cavaco às avessas”, estão afinal a fazer-te o melhor e mais justo dos elogios políticos.
Meu caro Francisco, com muito orgulho, quero dizer-te que, contra a indiferença e a lassidão, eu também sou um moralista. Quero dizer-te que, contra a sobranceria e a preguiça, todos e todas aqui somos Cavacos-às-avessas. E não há volta a dar-lhe: não sabemos ser de outra maneira.
Sentimo-nos bem, muito bem, com um candidato assim. Para quem a revolta das mulheres despedidas da Ecco rima com a ternura ácida de uma balada de Tom Waits. Para quem o abraço sentido do antigo tipógrafo do República se cruza com a emoção diante dos “Sapatos de um Camponês”, de Van Gogh. Para quem a memória de Maria de Lourdes Pintasilgo se prolonga em fragmentos de Chet Baker, de Italo Calvino, de Karl Marx ou de Visconti. Para quem a indignação incontida diante de todos os mortos de todas as Fallujahs do mundo e o princípio da transgressão de “A formiga no carreiro” se combinam no mesmo código genético. Gostamos de acreditar que podemos ter um presidente assim em Portugal.
Meu caro Francisco Louçã, a tua campanha foi um contributo inestimável para a urgente densificação de uma Esquerda insubmissa, combativa, fiel à memória e antecipadora do futuro. Orgulhamo-nos disso. Mas, mais que tudo, orgulhamo-nos de ter a absoluta certeza de que não faltarás a nenhum dos combates decisivos que virão. No dia seguinte às eleições aí estaremos a travar a vertigem da guerra (no Irão, na Síria, na Coreia ou onde for) e sabemos que tu estarás lá, na primeira linha. No dia seguinte às eleições aí estaremos a denunciar uma Europa de pequenez e injustiça e sabemos que te encontraremos entre os mais lúcidos e arrojados. No dia seguinte às eleições aí estaremos a pôr Kyoto no mapa das prioridades colectivas e a mostrar que este modelo de desenvolvimento é suicida e sabemos que podemos contar contigo para essa luta essencial. No dia seguinte às eleições aí estaremos a não dar tréguas às humilhações, à discriminação e à violência contra os mais fracos na sociedade portuguesa e sabemos que não faltarás. No dia seguinte às eleições aí estaremos a lutar por todas as emancipações e sabemos perfeitamente onde estarás.
Meu caro Francisco, foi um grande privilégio estar contigo neste combate. E é grande o entusiasmo para os que hão-de vir.
......
enviado por:Zé Vieira (23-01-2006 - 06:48:17 PM)
23
Jan06

Cavaco Silva eleito à 1.ª volta

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RTP
cavaco.jpgCavaco Silva no discurso de vitória no CCB

Cavaco Silva venceu à primeira volta as eleições presidenciais de domingo, seguido pelo socialista Manuel Alegre, que ultrapassou o candidato apoiado pelo PS, Mário Soares.


Quando estavam apenas duas freguesias por apurar, Cavaco Silva tinha 50,59 por cento dos votos, contra os 20,72 por cento conquistados por Manuel Alegre, os 14,34 de Mário Soares, os 8,59 de Jerónimo de Sousa, os 5,31 de Francisco Louçã e os 0,44 de Garcia Pereira.

Na sua reacção à vitória eleitoral, Cavaco Silva considerou que os portugueses "disseram com clareza quem queriam para Presidente da República" e prometeu que irá cooperar com o Governo e restantes órgãos de soberania.

"De mim, o Governo legítimo de Portugal, como os demais órgãos de soberania poderão esperar um espírito leal, de respeito, de cooperação e entreajuda", afirmou Cavaco Silva, na primeira declaração após ter sido eleito.

"Neste exacto momento se dissolve a maioria que me elegeu.

Quero ser e serei o Presidente de todos os portugueses", disse, numa declaração de cerca de 15 minutos no Centro Cultural de Belém e sem direito a perguntas.

Manuel Alegre, que não era apoiado por qualquer partido político, reconheceu que "o objectivo principal" da sua candidatura não foi atingido por décimas.

Alegre realçou ainda que o movimento cívico que impulsionou a sua candidatura "pode abrir caminhos" para o futuro.

A declaração de Manuel Alegre foi interrompida pelas três estações de televisão para ser emitido o discurso do secretário-geral do PS e primeiro-ministro, José Sócrates, o que mereceu o repúdio da dirigente socialista Helena Roseta.

"É um ataque à liberdade e à democracia, um mau prenúncio para os tempos que aí vêm", considerou Helena Roseta, membro da comissão política da candidatura de Alegre, considerando "uma falta de respeito" o facto de as televisões terem interrompido a transmissão.

"Nunca se viu nada assim em 30 anos de democracia", acrescentou, em declarações à SIC.

Fonte do gabinete do primeiro-ministro esclareceu, entretanto, que quando José Sócrates iniciou a intervenção na sede do PS desconhecia que Manuel Alegre estava naquela altura a fazer a sua declaração sobre os resultados das eleições.

à parte desta polémica, o candidato apoiado pelo PS disse aceitar a derrota com "fair-play" e com sentido do dever cumprido.

"Assumo esta derrota com sentido do dever cumprido, `fair- play` democrático e sentido de responsabilidade. Resta-me felicitar o dr. Cavaco Silva, o que acabo de fazer pelo telefone, e desejar-lhe êxito no exercício da sua alta magistratura", afirmou Mário Soares, numa curta declaração a partir do Hotel Altis, em Lisboa.

Apesar do resultado de Soares, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, José Sócrates, rejeitou que o Governo tenha sido avaliado nestas eleições e afastou a hipótese de um congresso antecipado do seu partido.

Sócrates disse ainda que o PS respeita aqueles que apoiaram "outros candidatos", mas elogiou Mário Soares, afirmando-se honrado por ter estado ao lado do candidato apoiado pelo Partido Socialista.

Em nome da estabilidade política, frisou também que estará disponível para contribuir para uma boa relação com a Presidência da República.

Já o líder do PSD, Marques Mendes, disse que se fez história em Portugal ao eleger à primeira volta um candidato oriundo da sua area política.

Mendes atribuiu o mérito da eleição a Cavaco Silva, realçando que foi uma vitória "da credibilidade, da confiança, do rigor, da esperança, da seriedade e do espírito de ambição para Portugal".

Para o líder do CDS-PP, partido que também apoiava Cavaco Silva, esta vitória "é o resultado que mais favorece a estabilidade e a confiança".

Ribeiro e Castro considerou que "os democratas-cristãos podem orgulhar-se do seu contributo para o êxito" da candidatura do ex- primeiro-ministro.

Nas reacções dos candidatos, Jerónimo de Sousa atribuiu a vitória de Cavaco às "hesitações, ambiguidades e falta de empenhamento" do PS na campanha eleitoral.

"As hesitações e ambiguidades que marcaram a posição do PS e a sua notória falta de empenhamento na campanha beneficiaram a vitória de Cavaco Silva", afirmou o secretário-geral do PCP e candidato apoiado pelo partido às presidenciais.

O candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, assumiu as suas responsabilidades no resultado eleitoral e admitiu que é necessário fazer um balanço da derrota da esquerda.

"O conjunto da esquerda foi derrotado e eu faço parte dessa derrota", afirmou, numa declaração a partir da sede da sua candidatura, em Lisboa.

Garcia Pereira, que era apoiado pelo PCTP-MRPP, optou por responsabilizar a abstenção pela vitória de Cavaco Silva.

"Isso significa que a campanha eleitoral não foi mobilizadora nem esclarecedora", declarou o candidato, que foi o primeiro a reagir às projecções avançadas pelas televisões.

Agência LUSA
2006-01-22 23:31:43
21
Jan06

DE PORTA EM PORTA

lamire
– Quem? O infinito?
Diz-lhe que entre.
Faz bem ao infinito
estar entre gente.
– Uma esmola? Coxeia?
Ao que ele chegou!
Podes dar-lhe a bengala
que era do avô.
– Dinheiro? Isso não!
Já sei, pobrezinho,
que em vez de pão
ia comprar vinho . . .
– Teima? Que topete!
Quem se julga ele
se um tigre acabou
nesta sala em tapete?
– Para ir ver a mãe?
Essa é muito forte!
Ele não tem mãe
e não é do Norte . . .
– Vítima de quê?
O dito está dito.
Se não tinha estofo
quem o mandou ser
infinito?
......
Alexandre O’Neill

19
Jan06

Esta é a Semana Internacional da Amizade

lamire
PARTILHO ESTE EMAIL. PARA TODOS OS AMEUS AMIGOS E AMIGAS DO FORUM
Ama como se nunca ninguém te tivesse feito sofrer !

Se acordaste hoje mais saudável que doente, tens mais sorte que um milhão de pessoas, que não verão a próxima semana.
Se nunca experimentaste o perigo de uma batalha, a solidão de uma prisão, a agonia da tortura, a dor da fome, tens mais sorte que 500 milhões de habitantes no mundo.
Se podes ir à igreja ou ao jardim sem o medo de ser preso ou torturado, tens mais sorte que 3 milhões de pessoas no mundo.
Se tens comida na frigorífico, roupa no armário, um tecto sobre a cabeça, um lugar para dormir, considera-te mais rico que 75% dos habitantes deste mundo.
Se tens dinheiro no banco, na carteira ou uns trocos em qualquer parte, considera-te entre os 8% das pessoas com a melhor qualidade de vida no mundo.
Se os teus pais estão vivos considera-te uma pessoa muito, muito rara.
Se puderes ler esta mensagem, recebeste uma dupla benção, pois alguém pensou em ti e tu não estás entre os dois mil milhões de pessoas que não sabem ler.
Vale a pena tentar:
a.. Trabalha como se não precisasses de dinheiro
c.. Dança como se ninguém estivesse a olhar
d.. Canta como se ninguém estivesse a ouvir

...
enviado pelo JVL (19-01-2006 - 05:13:39 PM)



19
Jan06

Gosto do Sr. Procurador

lamire
joaqletria00.JPG
Há uma coisa que me irrita - estarem sempre a bater no sr. procurador.
Não o conheço, mas gosto do homem, daquele ar frágil, da fala mansa, do sorriso envergonhado mas sabidão, escondido pelo bigode. E tenho medo que o queiram correr para lá porem outro que dê ordens aos polícias por encomenda do eng. Sócrates ou do dr.Marques Mendes, tipo "Apertem com o Letria!", "Espremam o Tadeu!" ou "Dêem cabo do Oliveira". Não gosto nem de pensar nisto. A notícia das listagens telefónicas publicada pelo 24horas era verdadeira. Logo, não me interessa a oportunidade ou a fonte. O que me preocupa é aquilo ser verdade. Mas não fico de cabeça perdida, porque tem muita piada. Por exemplo, porque há-de a mulher do sr. procurador marcar uma depilação, ou uma permanente no cabeleireiro por um telefone de Estado e nós pagarmos as chamadas dele a encomendar pizzas?!
Nem é pela importância, mais económica do que os almoços no Gambrinus, que todos os dias pagamos a ministros com os cartões de crédito que o Estado Ihes confia. Há que salvaguardar o conhecimento da pinderiquice que contribui para não levarmos a sério gente desta.
...
Joaquim Letria (jletria@yahoo.com), in:24Horas, 19jan06 - 25ª Hora
15
Jan06

Dar ou não dar... música

lamire
alfredo amado.jpg
Sou dos que, habitualmente, utilizam o transporte ferroviário, nomeadamente nas deslocações entre Figueira da Foz e Coimbra.
Num dos primeiros dias deste novo ano fui surpreendido por duas novidades e, se bem que uma delas já fosse esperada, a subida do preço do bilhete, já a outra, supressão da música no interior do comboio durante a viagem, me levou a perguntar a um funcionário qual o motivo de tal decisão.
A título particular, lá me foi dizendo que a transportadora tomara esta atitude por via das reclamações constantes dos passageiros, alegando, estes, tratar-se de "uma música demasiada repetitiva, enfadonha, sem interesse, incomodativa até..."
Devo dizer, em abono da verdade, que, pessoalmente, dava muito apreço àquele fundo musical.
Quanto ao facto de ser muito repetitivo, pouco variado, também concordo; agora "sem interesse, enfadonha e incomodativa", longe disso, acho que não é verdade.
Realmente, de tão suave e maviosa que era (e estou a lembrar-me apenas da obra "As Quatro Estações, de Vivaldi) tornava-se extremamente relaxante ouvir, baixinho, essa magnífica composição das mais populares e melodiosas de toda a história da Música, nada impedindo a troca de impressões com os companheiros do lado, bem como a leitura de um qual­quer livro adequado ou do simples artigo de jornal.
Dizia bem, quanto a mim, com os momentos por que íamos passando, com a paisagem física e humana sempre a renovar-se através das dezanove paragens do percurso (isto nos comboios normais todos a demorar mais de uma hora), contribuindo, até, para amenizar certos momentos mais penosos ou chatos que se apoderam de alguns espíritos com os nervos mais à flor da pele.
Enfim, nem todos somos iguais. E nisto, como em tudo na vida, concordo que é bom de quando em vez fazer uma paragem, para reflexão.
E foi, exactamente, em duas das tais dezanove "paragens" que anotei a dessintonia na maneira de grafar duas delas:
AMEAL, forma correcta do nome do respectivo apeadeiro, tal como se encontra nas diversas placas no local, diferente de AMIAL, que figura na fita electrónica informativa dentro da carruagem.
BENCANTA é outro topónimo que por aí se vê incorrectamente tratado.
Em conclusão:
por ora, a CP optou por deixar de "dar música" aos passageiros (sem segundas intenções!).
Vamos ver até quando, já que estou convencido, e não só eu como tantas outras pessoas com quem já falei, se o programa musical for reformulado... outro galo cantará.
...
In: Correio de Coimbra, 12jan06
12
Jan06

Ano Jubilar da Companhia de Jesus

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manuel augusto rodrigues.jpgEntre 3 de Dezembro de 2005 e 3 de Dezembro de 2006, a Companhia de Jesus celebra três efemérides importantes que se revestem de profundo significado: os 450 anos da morte de Santo Inácio de Loiola (31 de Julho de 1556) e o 5.° centenário do nascimento de S. Francisco Xavier (7 de Abril de 1506) e do Beato Pedro Fabro (13 de Abril do mesmo ano), tendo sido escolhido como lema: «Amigos no Senhor». Entre tantas manifestações programadas pêlos quatro cantos da terra salienta-se o grande Encontro de Lourdes (27 de Julho - 4 de Agosto). Como escreveu um padre jesuíta, não se trata de visitar o passado como um museu, mas de reencontrar, na própria fonte a energia e a inspiração para prosseguir a caminhada. Contando com 550 jesuítas na provín­cia de França e 20 000 espalhados pelo mundo (só na Europa são 6 000) a família inaciana tem motivos de sobejo para evocar a memória do seu fundador e de dois ilustres discípulos. A ela associam-se mui­tos que reconhecem na Companhia de Jesus uma das instituições mais respeitáveis de todos os tempos. O governo português atendendo à natureza da celebração estabele­ceu em 27 de Maio de 2005 uma série de actos a levar a efeito.
Os padres jesuítas iniciaram no séc. XVI um percurso extraordiná­rio que ainda hoje nos impressiona sobremaneira. Apesar das vicissitudes surgidas, souberam transpor os obstáculos e manter vivo o ide­al de Inácio. Através da actividade missionária, da criação de colégios e universidades, de uma vida inte­lectual intensa e do empenho no campo social, contribuíram em lar­ga medida para uma viragem histó­rica na Europa e noutros continen­tes, dando início, podemos dizer, juntamente com outras famílias re­ligiosas, ao fenómeno da mundialização. No que toca a Portugal e às zonas do globo aonde chegaram os arautos do Evangelho, nomea­damente o Brasil e o Oriente, longa seria a referência às realizações operadas e às consequências daí resultantes A língua de Camões foi-se expandindo graças ao seu la­bor incansável e fecundo em nome da fé e da promoção dos povos.
O Padre Peter-Hans Kolvenba-ch, Superior-Geral da Companhia, enviou na solenidade da Epifania do ano passado uma carta a todos os provinciais sobre a espirituali­dade inaciana, apelando a uma re­flexão séria sobre a mensagem do filho de Loiola para o milénio em que vivemos. Começando pelo fundador da família jesuítica, lem­bra as palavras «combater por Deus» insertas na bula papal que aprovou a Companhia, as quais comenta no seu sentido próprio. Iná­cio deseja inserir-se na obra de Deus, renunciando a toda a espécie de empresas, escolhas ou preferências que não sejam claramente iniciativas desse Deus que quis servir-se da Companhia para reali­zar a obra de salvação do homem conciliando sempre a graça com a liberdade. Apela à oração, para a qual não pode faltar tempo nem es­paço, pois é nos momentos de abertura a Deus que melhor se reconhece que é Ele que faz com que a obra frutifique; é d'Ele que desce a inspiração para as iniciativas apostólicas numa sinergia amorosa de vontades em que a ideia de ser­viço «ad maiorem Dei gloriam» aparece como força dinamizadora.
Acerca de S. Francisco Xavier, que tão estreitamente ficou ligado a Portugal e cujo corpo se conser­va religiosamente em Goa, aprovei­tando uma passagem de uma carta de Cochim (20 de Janeiro de 1565): «Graças à luz de Cristo Nosso Se­nhor, iluminar», lembra que ele como homem de acção missionária intensa lança um desafio ao ho­mem de hoje. Imbuído da espiritualidade inaciana, compreendeu que é necessário ajudar os outros a encontrar o caminho redentor. Os homens privados da sua própria hu­manidade e lançados na miséria, vivendo na ignorância e carecidos de apoio aguardam genuínos si­nais de esperança. A linguagem do fruto aparece com frequência na correspondência de Xavier. Missionação com respeito pêlos outros.
Sobre o Beato Pedro Favro, utilizando as palavras do seu «Memorial» (13 de Maio e 1543): «Suplicar ao Espírito Santo que disci­pline os espíritos que nos assaltam», o Geral fala do alto sentido de espiritualidade de que se dei­xou penetrar e que ele admiravel­mente soube colocarão serviço da Igreja e da sociedade. Como diz: «Os ministérios da «cura pastoralis» continuam a ser um desafio, uma necessidade, no interior da institucionalização inevitável e crescente da educação e da forma­ção. Porque mesmo as mudanças sociais indispensáveis, passam pela conversão dos corações, que podem pôr fim à miséria no mundo mas não o querem verdadeiramen­te».
A concluir, escreve o Padre Kolvenbach que este jubileu deve proporcionar o ensejo para examinar o modo de vida actual e tomar as medidas ajustadas para enfrentar o presente e o futuro, na fideli­dade a Inácio, Francisco e Pedro, cujo carisma permanece vivo e actuante. Na 34." congregação geral de 1995, encontramos uma precioso repositório de temas e pistas que situam a vida da Companhia no nosso tempo, atenta às ques­tões mais prementes, como a justi­ça e a paz, o diálogo inter-religioso, o ecumenismo, etc., que merecem um a leitura cuidada e que se ajustam aos objectivos da celebração jubilar em curso.
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in:Correiode Coimbra, 12jan06

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