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SEMINTENDES

Lendo, vê Semintendes...

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SEMINTENDES

30
Out07

Algumas Notícias no Jornal Correio de Coimbra

lamire
12
Out07

Encontro de antigos alunos dos seminários da diocese

lamire

Sempre a tempo...

Aníbal Pacheco, in: Correio de Coimbra, 11Out07


Tal como acontece todos os anos, de há vários a esta parte, os antigos alunos dos seminários da Diocese de Coimbra, com natural relevo para os que não chegaram ao sacerdócio, reservam um dia do calendário para se encontrarem, abrindo espaço ao convívio e o tempo às recordações.

Estes encontros anuais são promovidos pela Associação dos Antigos Alunos dos Se­minários Diocesanos, cujos alicerces foram dados em Lisboa, pelo final dos anos 50 do passado século, por um grupo de antigos com­panheiros que viviam na capital.

Procurando contribuir para o fortalecimento de velhas amizades e fazer algo por uma instituição que marcou a vida de todos eles, na sua base está o reviver de tempos mais ou menos longínquos que ali passaram, e que lhes despertaram sentimentos de fidelidade a uma instituição que lhes abriu as portas para a vida.

Realizados de forma alternada, em Coimbra ou na Figueira da Foz, coube este ano ao Seminário de Coimbra receber um elevado número de antigos alunos e seus familiares, proporcionando-lhes um dia de fraternal convivência na velha Casa onde viveram anos duma juventude há muito passada.

A afluência começou cedo e em breve o recinto fronteiro ao velho e grandioso edifício do Seminário apresentava um cenário de animação, com o Reitor, Cónego Aurélio de Campos, a dar as boas-vindas e a receber com visível satisfação todos os participantes.

O programa destes encontros obedece a um esquema traçado há anos, começando pela realização da assembleia geral da Associação destinada fundamentalmente à aprovação das Contas e estas, elaboradas com o rigor do costume, merecem sempre unânime aprovação. Segue-se a Eucaristia pelas intenções de todos os antigos alunos e sufragando os professores,

colegas e empregados que já nos deixaram. Celebrada no admirável cenário da Igreja do Seminário, foi acompanhada por variados cânticos em que se fizeram ouvir com a qualidade musical de outrora.

Como elemento de valorização dos cânticos entoados, fez-se ouvir o velho órgão de tubos que durante muitos anos permaneceu sem qualquer utilidade litúrgica.

Este órgão, que é uma magnífica peça ornamental, foi construído pelo organista espanhol Juan Fontanes de Maquera, em 1762, sendo então Bispo de Coimbra D. Miguel da Anunciação, um dos seus titulares mais ilustres, não se sabendo ao certo quando deixou de tocar.

E foi a sensibilidade e o interesse pela preservação de tão grandiosa peça de arte ornamental que levou o cónego Aurélio de Campos a pensar seriamente na recuperação de tão importante instrumento musical. A restauração não foi fácil, dadas as características do órgão e os custos envolvidos, mas valeu a pena hoje, podemos apreciar a profundidade do seu magnífico som como agora tivemos oportunidade de escutar.

O almoço é sempre um dos pontos altos do encontro. Servido no amplo refeitório em que todos tantas vezes nos sentámos, não raro em silêncio e a ouvirmos o leitor instalado no púlpito que ainda ali se conservo, serviu para alargar o convívio e fortalecer amizades.

E a tarde prosseguiu com a visita a duas exposições, diferentes no conteúdo mas igualmente merecedoras duma referência elogiosa.

A primeira foi à ofïcina-Museu de Monsenhor A. Nunes Pereira onde se encontra grande parte das sua sobras artísticas, de vários géneros, e a co­ecção completa das 25 gravuras em madeira que ilustram os Contos de Fajão, obra artística de grande valor e reconhecida qualidade. Para além das muitas maravilhas de arte que produziu, fruto dum talento onde se conjugava a sensibilidade criativa com uma grande riqueza de sentimentos, encontram-se também os equipamentos e instrumentos que este artista pampilhosense de grande projecção nacional e inter­nacional usou no seu trabalho.

A outra exposição transportou-nos a várias décadas atrás, ao mostrar os diversos jornais manuscritos (saltarico, pirilampo, lume novo... e outros) em que os alunos davam largas à sua criatividade literária através de trabalhos, em prosa ou em verso, e que agora, vistos à distância de tantos anos, são uma memória viva dum tempo em que o aproveitamento dos tempos livres era uma constante aprendizagem para a vida.

O Seminário de Coimbra é uma instituição emblemática do ensino  humanista e de grandes tradições. A sua acção já vem de meados do m século XVIII, pois a primeira notícia da existência dum Internato para Ordinandos em Coimbra data de 1741, mas somente em 1745 foi escolhido o terreno para a edificação do actual seminário, que recaiu num extenso olival de vários donos, situado nos então subúrbios da cidade. A primeira pedra foi lançada no dia 16 de Julho de 1748 e a construção terminou em 1765.

Será interessante assinalar que no período de cerca de meio século, de 1910 a 1958, passaram pelos bancos dos seminários diocesanos 283 alunos provenientes dos concelhos de Arganil (87), de Gois (47) e de PampiIhosa da Serra (149). Por estes números se poderá avaliar quanto estes estabelecimentos de ensino contribuíram para a educação dos jovens destes concelhos, na altura longe de tudo quanto se relacionasse com o prosseguimento de estudos para além da escola primária, tornando-os úteis aos pais nas mais diversas actividades e sem custos para o erário público.

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